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A história de quase toda mulher

Nosso sangue escorre todos os dias. Ninguém liga.
Na verdade, o único sangue que incomoda é aquele que ensinaram que é nojento, sujo. O que vem da violência ensinaram a não meter a colher.
Odeiam nossa potência, por isso se articulam tão bem para nos enfraquecer, controlando nossos corpos, da hora que nascemos até a hora que decidem nos matar. E até mesmo depois de mortas.
Feminicídio, violência física, psicológica, patrimonial, sexual, divisão sexual do trabalho, feminização da pobreza, violência obstétrica, criminalização do aborto, cultura da pedofilia, cultura do estupro… É muito ódio.

O patriarcado teme por seu lugar de poder, por isso precisa nos dominar com a dor. Estando ocupadas demais, curando nossas feridas, exaustas.
Como nos organizar se ainda estamos lutando por direitos básicos?
A quem interessa que hoje milhares de mulheres estejam mais ocupadas pensando em como botar comida no prato do que em quem elabora e executa políticas públicas que as tirem do abismo da desigualdade e da violência?

Nós sangramos e muito. Pelas mãos dos que deveriam ser parceiros, mas à eles foi ensinado que são o centro de tudo, que nada lhes é negado, nem o amor e nem o corpo de quem eles querem. Vestem um sorriso, usam de posições de confiança, a credibilidade que possuem mesmo sem crédito, para cometerem abusos, sem culpa, sem medo de serem pegos. Garantidos na estrutura do patriarcado nada parece impedi-los e a nós resta o pavor de ser mulher.

Até quando?

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